Tartarugas Marinhas em São Tomé e Príncipe

Nas águas de São Tomé e Príncipe podemos encontrar cinco espécies de tartarugas marinhas, das quais quatro sobem à praia para desovar (Dermochelys coriacea, tartaruga de couro ou ambulância; Chelonia mydas, ambo ou mão branca; Eretmochelys imbricata, caco ou sada; Lepidochelys olivacea, tatô ou olivacea) e uma espécie (Caretta caretta, careta ou cabeça grande) utiliza o arquipélago apenas como habitat ocêanico. Todas estas tartarugas correm um risco elevado de extinção, estando classificadas no livro vermelho da IUCN como em perigo ou criticamente em perigo.

Vários programas de conservação foram conduzidos no passado, alguns com consequências desastrosas para a conservação das tartarugas marinhas em São Tomé e Príncipe. Como exemplo temos o caso do pagamento pelas tartarugas capturadas em 4 vezes mais do que o seu valor de mercado, fazendo aumentar a captura (e.g. novas pessoas aprenderam a actividade) e associando negativamente a conservação das tartarugas a dinheiro.

Hoje a ONG local MARAPA desenvolve a protecção de fêmeas e ovos em algumas das praias do País através de centros de incubação e patrulhamentos nocturnos, mas a análise dos dados está a faltar. Existem ainda vastas áreas costeiras e oceânicas potencialmente favoráveis para a agregação e alimentação de tartarugas marinhas, mas pouca literatura científica está disponível. No final as decisões de gestão dessas
áreas são tomadas na ausência de dados compreensíveis.

Em São Tomé e Príncipe, onde a procura de tartarugas marinhas para fins de auto-sustento e comércio ainda existe, torna-se necessário a mudança de hábitos e comportamentos, integrando as pessoas que dependem directamente destas criaturas na sua conservação e na criação de alternativas, que poderão ser atingidas através do desenvolvimento dos diversos sectores económicos, como é o caso da agricultura, das pescas e do turismo.


A dimensão da captura de tartarugas pela pesca de espadarte e tubarões com palangre de superfície nas águas de São Tomé e Príncipe não é ainda conhecida, mas cerca de 25 licenças por ano são passadas a embarcações de países estrangeiros. Esta pesca no Oceano Pacífico é responsável pelo decréscimo da população de tartarugas careta em 80%, de levar para perto da extinção a tartaruga de couro e da sobre exploração de várias populações de tubarões pelágicos. À semelhança com o Pacífico, o decréscimo do número de fêmeas de tartarugas careta no Atlântico Norte já foi relacionado com o aumento do esforço de pesca nesta pescaria.

Cabe a todos nós, seres humanos, zelar pela conservação das populações de tartarugas marinhas para assegurar que as nossas crianças usufruam deste recurso no futuro.


Fonte: Projecto UNIDA

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