segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Teatro Quê Têtuga :)

Mais outra actividade… desta vez pelo grupo de teatro infantil da CTM. Foram representadas várias situações sociais, todas em torno da relação das pessoas com as tartarugas marinhas na Ilha do Príncipe. Esteve muito divertido e informativo, pescadores de tartaruga, palâes, estudantes, polícias, governantes… todos foram visados alegremente. A peça teve lugar na Roça Nova Estrela no dia 21 de Dezembro, dia do poder popular e feira agrícola do Sul. Posteriormente outras comunidades serão visitadas pelo grupo, faremos todos os possíveis para apresentar a peça na cidade de Sto. António, durante as comemorações do 17 de Janeiro, dia do achamento da nossa Ilha. 


Um bem haja a todos e parabéns à Mingas pelo excelente trabalho e obrigado à Zuga pela foto.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Monitorização da Zona Sul da Ilha

Depois de muito trabalho duro, que continua, finalmente a monitorização da Praia Grande do Infante começou, contando com um pequeno apoio financeiro da HBD e Dragões do Mar. Desde o início do mês que os técnicos da CTM registam todas as ocorrências e marcação de tartarugas marinhas que sobem para desovar na Praia do Infante. Esperamos também que com a nossa presença a matança de tartarugas diminua drasticamente, principalmente por ser o pico das desovas e época festiva onde ter carne na mesa é uma preocupação generalizada. Entretanto os restantes membros, com o apoio do bote dos Dragões do Mar, efectuam a fiscalização e sensibilização das comunidades piscatórias na zona sul da ilha e registam provas da desova e captura de tartarugas nas restantes praias um pouco por toda a ilha. Várias actividades estão ainda planeadas, incluindo um teatro preparado por crianças, que retratará varias situações sociais em torno das tartarugas, e a recuperação da sede da Praia Seca.


Muita Força Santinho!

domingo, 17 de novembro de 2013

Praia do Infante - início dos trabalhos

À medida que a desova de tartarugas na Ilha do Príncipe se inicia os preparativos começam. Este ano está planeado que o estudo e protecção das tartarugas marinhas inclua a praia principal de desova situada no sul da ilha, a Infante. A praia apresenta das maiores densidades de desovas da ilha, provavelmente consequência do seu isolamento (Ferreira et al. 2012), no entanto ocasionalmente é visitada por pescadores, colectores de coco e caçadores de tartaruga. Desta forma iniciámos a construção de um pequeno abrigo para apoio às actividades dos técnicos e voluntários que aí trabalharão, sendo esperado que a mortalidade nessa importante praia seja eliminada.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Semana da Ciência

No início desta nova temporada de desova tivémos o prazer de participar na Semana da Ciência a decorrer na Ilha do Príncipe. Foi nos dado a oportunidade de fazer uma apresentação sobre tartarugas, medidas de conservação, investigação e apresentar resultados já disponíveis sobre as populações de tartarugas marinhas da ilha e o uso das praias pelas mesmas. A entrada era livre e a participação das pessoas foi muito positiva. A palestra foi apresentada pelo Biólogo Marinho Rogério Ferreira, colaborador do Parque Natural do Príncipe e CTM, mas foi enriquecida com a presença de outros membros da CTM, do Governo, de ONG’s, cooperantes, investigadores, artistas, pescadores e outros cidadãos interessados no tema.

Durante o espaço reservado para diálogo apareceram perguntas bem pertinentes e inteligentes. Uma delas abordou a vinda de pessoas de fora, que não conhecem ainda a realidade local, proibir a captura de tartarugas quando isso é uma actividade que sempre aconteceu, logo tradicional, e quando nos seus países de origem existem espécies ameaçadas que continuam a ser capturadas. Inclusive foi referido que até à independência do país existia regulamentação que permitia a sua captura desde que sustentável, ou seja, algo semelhante a licenças, tamanhos mínimos e quotas que faziam esta uma actividade sustentável, como ainda acontece em alguns países do mundo.

A resposta abordou o tema que o trabalho de investigação e conservação é independente da proibição ou não da captura de tartarugas. Quem decide sobre a proibição é o Governo e nós, como técnicos especializados, apenas recolhemos e analisamos dados científicos sobre as populações de tartarugas a fim que as decisões de gestão, como essa, possam ser tomadas com base no melhor conhecimento disponível. No entanto a iniciativa do Governo regional de proibir a captura é visionária e de louvar, principalmente quando o Príncipe é agora Reserva da Biosfera. Embora não existam dados que indiquem se a população de tartarugas do príncipe está a aumentar, estabilizada ou a decrescer, na Região de Gestão Oeste Africana sabe-se que o declínio é acentuado. Desta forma como medida precaucional, e espelhada na Lei das Pescas de São Tomé e Príncipe, a Região Autónoma do Príncipe chegou-se à frente e legislou, restando esperar que o Governo tome medidas, seja seguindo o exemplo do Príncipe ou regulando a captura. Isto para que as novas gerações possam também conhecer este animal carismático e fonte de riqueza num futuro sustentável.


Dentro de outros temas abordados ficou claro a necessidade de ter informação científica e envolver a comunidade para chegar às soluções que melhor se adaptam localmente e que só assim poderão funcionar. Isto porque é norma serem implementadas medidas vindas directamente de outros países que acabam por não funcionar devido às realidades físicas, biológicas e sociais serem diferentes. Como é o caso do transplante dos ninhos para cercados de incubação, entre outros alterando as proporções sexuais e pondo em perigo a sobrevivência futura das populações, quando actualmente existem inúmeros métodos de proteger os ninhos no local que a tartaruga escolheu. 

Relevante foi o assunto da necessidade de se fiscalizar as Águas Territoriais e a Zona Económica Exclusiva para poder combater o principal responsável pela extirpação das tartarugas marinhas, a pesca industrial (e.g. arrasto, redes de deriva) que ilegalmente opera um pouco por toda a Africa e pouco a pouco vão roubando e destruindo o património natural dos países carentes de meios de fiscalização das suas águas. O tema relevante da poluição luminosa também surgiu, o desenvolvimento costeiro é o maior responsável para a sobrevivência das tartarugas marinhas na região, a seguir à captura acidental em artes de pesca, e espera-se que os promotores locais olhem para a necessidade de controlar essa poluição. À semelhança com o efectuado pelo Bom-bom Island Resort que reduziu fortemente o impacto negativo da iluminação através de pequenas modificações (ver artigo)

terça-feira, 28 de maio de 2013

Investigação e Conservação

Mais uma temporada de investigação e conservação em andamento. Sem tartarugas marinhas a desovar nesta época do ano, chamada localmente de Gravana, mas com muitos encontros durante as saídas em apneia ao redor da ilha. Infelizmente continua-se a ser comum encontrar, dentro de água e em terra, evidências da captura de tartarugas marinhas. Inclusive a pesca com bomba, de peixe mas com repercussões negativas em todo o ecossistema marinho, parece estar a tornar-se demasiado frequente pois já escutámos perigosas explosões enquanto trabalhávamos dentro de água.
Com o esforço e empenhamento do Governo Regional da Ilha, bem como com a capacitação e sensibilização da população local, esperamos que estas actividades danosas para o ambiente cessem rapidamente e as tartarugas encontrem no Príncipe um local seguro para viver, reproduzir-se e serem observadas.

segunda-feira, 4 de março de 2013

SWOT - State of the World’s Sea Turtles

Recentemente foram tornados acessíveis dados actuais e compreensíveis sobre a desova das tartarugas marinhas na ilha do Príncipe. Isto através da rede global para partilha de dados científicos SWOT, State of the World’s Sea Turtles (http://seaturtlestatus.org/), organização que inclui nos objectivos apoiar o planeamento e desenvolvimento de acções de conservação.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

33rd International Sea Turtle Symposium

Mais uma vez a Comissão Tartaruga Marinha esteve presente no simpósio internacional sobre a investigação e conservação das tartarugasmarinhas. Este ano o encontro, na sua 33ª edição, teve lugar de 2 a 8 de Fevereiro na cidade de Baltimore no estado de Maryland nos EUA. Além de se apresentar um poster com alguns dos novos resultados da investigação também houve a oportunidade de efectuar uma comunicação oral e reunir com os restantes colegas que trabalham em países africanos a fim de planear uma estratégia conjunta, tirando-se partido que o tema deste ano serem as “conexões” pois desde há muito que se sabe que só com essas interligações e uniões é que se poderá atingir a meta desejada, que é a integração das comunidades locais na restauração das populações de tartarugas marinhas para que todos possam cumprir o seu papel ecológico na biosfera que é o Planeta Terra.

Existiu tempo e disponibilidade mutuas para se estabelecer acordos para a prossecução dos objetivos a nível regional e mundial, incluíndo reuniões com os maiores dadores internacionais para a conservação das tartarugas marinhas. Dessas conversas ficou claro que enquanto as diferentes entidades que desenvolvem actividades na ilha do Príncipe, e também em São Tomé, não começarem a trabalhar em conjunto esses apoios dificilmente chegarão. Desta forma é urgente que novas organizações a trabalhar no Príncipe assimilem que devem respeitar e colaborar com as que já se encontravam no terreno pois de contrário, com a sua presente estratégia de “divide and rule”, apenas se está a estragar caminho valioso já atingido e a criar complexidades inúteis que em nada favorecem o clima de unidade que se deve atingir para que o objectivo principal seja atingido, ou seja, o desenvolvimento sustentável da região com a melhoria da qualidade de vida da população e a preservação do meio natural e cultural onde as tartarugas desempenham um papel fulcral.